domingo, 22 de julho de 2012

"... toda a minha vida fiz o que quis, e agora que me restam 2 dias de vida..."

Pois é! Por mais anos que se passem com os livros abertos há sempre algumas situações que nos deixam perplexos e nos dão um abanão para a realidade.
Não há dúvidas que a indústria farmacêutica contribui para melhorar qualidade de vida dos doentes, todavia restringir esta industria ou dar-lhe o papel principal é mecanizar os cuidados. Por de trás de um corpo (ou melhor à frente) há sempre um ser humano. Este pormenor faz a diferença. Aquela treta que se aprende nas escolas de que o Homem é um ser biopsicossocial (e nos faz bocejar) afinal,não é de todo descabida.
Se não vejamos: Há dias, um Senhor Artur que se apresenta completamente asténico e em fase Paliativa necessitava de ajuda para mudar de posição dado que já não conseguia virar-se sozinho. Perante tal facto, o enfermeiro aborda-o e informa-o sobre procedimento e heis que este remata:
 "Ouça lá, passei toda a minha vida a fazer o que quis sem ninguém me dizer nada, e agora que me restam 2 dias de vida... deixe-me ficar assim!".
Seguiu-se uma pausa com um silencio ensurdecedor.
Pois, uma pausa em que segundos parecem horas. Apodera-se um gelo que inebria o corpo. Vive-se um sentimentos de impotência incrivelmente assustador. Uma questão imerge: "Que devo dizer e fazer a este homem?"


sexta-feira, 27 de abril de 2012

Coragem... O testemunho de Bárbara

Grande mulheres demarcam-se pelo actos... para além da luta ganha, ao cancro, tens uma coragem incrível de relatar a tua história a toda a gente.
Fico feliz por fazer parte dela...
Grande bj. Como diz o outro.. és uma das mulheres da minha vida. ;)

PS: i am proud of you

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

sábado, 10 de dezembro de 2011

Manto verde

Após meses de pousio na praia lusitana, entre as dunas que tentam fintar o mar, Fénix decide voar uma vez mais. As suas asas levam-na para sul. Todavia, o manto verde bordado bordado de abetos sobre o azul celeste com alguns risco de alcatrão a contornar o relevo causou-lhe curiosidade. As construções de granito atestavam a passagem do Homem. Simplesmente, queria ver o que está ali.
Lá do alto, avista o vale serpenteado por água enxofrada. Moradias, poucas é verdade, bebem imensamente esta qualidade de vida. Num zoom quase instantâneo, a sua iris ordena-lhe que se aproxime e explore o vale.
Fénix abre as asas e dança sobre o manto verdes. O ar puro desta terra velhota aviva-lhe a alma.
Enquanto o sol se escondia da lua curva-se sobre o rio para beber água. Eis que então surge-lhe, da outra margem, um gato cinza para partilhar o mesmo líquido.
Timidamente, olham um para o outro e esboçam um inclinar de cabeça... autorizando a observação mútua. Respeita-se o momento neste quadro natural perdido na terra de Viriato.
Matada a sede... Fénix sorri saudosamente e regressa à sua praia.

domingo, 27 de novembro de 2011

Teatro dos Sonhos

Lembro quando era criança de um miúdo sentado sobre um tapete a adorar a vista de um ecrã de 16 por 32 de uma peça magnífica.
O espectáculo em palco absorvia-lhe a atenção. Nem carros nem bolas nem outro brinquedo demoviam-no daquele show. Os olhos brilhavam ao ritmo dos louvores dos espectadores. Vibrava como estivesse nesse Teatro. Sonhava um dia fazer parte daquele cenário.
As Primaveras prosseguiram... o sonho mantinha-se.
O sonho tornou-se realidade, por terras de Sua Majestade. A ansiedade de entrar no teatro fintou cansaço das viagens. O tal miúdo já mais poderá esquecer aquela imagem na esquina da avenida em que o iluminado palco enche os seus olhos. Uma peça com 2 actos de 45 minutos cada voou no tempo até aos dias do tal rapaz sentado no tal tapete.
O cenário mágico confirmou o tal público, incrivelmente, entusiasta... os actores verdadeiros diabos em palco. O Teatro dos Sonhos justificava incondicionalmente o seu nome.
No final, o público aplaude de pé os artistas, as cortinas volvem-se e as luzes apagaram-se e o sonho foi mesmo real.



The time of my life...

sábado, 26 de novembro de 2011

Amizade...

Amizade... belo termo para ser semeado no seio de uma conversa, não obstante a banalidade do seu uso desincorpora-lhe o seu fruto. É chique e fica bem nomear-se os familiares deste valor humano.
Muitas vezes usa-se, erradamente, a expressão “verdadeiro amigo”. Amigo ou se é ou não é. Amigo é aquele que respeita os nossos defeitos, conhece e percebe os motivos do nosso comportamento e estende a mão mesmo quando não pedido ajuda. Alguém que está à distância de um telefonema a qualquer momento, abana-nos e diz a verdade. Tudo isto pincelado com aconchego e afecto. A Amizade não se tempera com inveja e mesquinhez.
Não existe contabilidade na Amizade, eu dei e tu não, nada disso.
É verdade, sim senhor, que o quadro actual revela uma situação de crise… todavia não focalizar, apenas, a crise do dinheiro. Tal espelha-se nos momentos de maior agonia em que preferimos ter um amigo ao pé do que um bolso farto em moedas.
Infelizmente, há quem há quem não saiba estimar os seus amigos. Posteriormente, quando o quadro fica descolorido percebem o brilho que têm na vida.
A vida pode ser um mar de rosas… mas até as rosas tem espinhos. Os espinhos fazem notar-se, acima de tudo, em feridas de desilusão ou manchas de certezas incertas sobre o outro. Não creio que o tempo seja cura para estas feridas. Aliás, existe remédio?
Em suma, quem neste mar tormentoso das crises financeira e ausência de valores tiver um ombro para encostar a cabeça que preserve essa ilha.