Parece estranho mas é verdade. Hoje sinto-me um pouco antagónico: triste e orgulhoso. Sinto-me orgulhoso porque consegui analisar uma situação em que uma pessoa não comia por sua mão há bastante tempo. Há um ano que não pegava numa colher, garfo, garrafa... Ontem, depois de uma analise sobre o potencial de autonomia da pessoa em questão, negociei com o senhor e, este mostrou tentado a experimentar. Na hora de jantar preparei-lhe a refeição e ambiente, isto é, dispus-lhe a refeição pois não consegue fazê-lo e eu e ele criamos um ambiente o mais aproximando de uma refeição: cadeira, messa, pratos, agua e... TALHERES. Após esta preparação explicou-se como usar aquelea colher. Uma explicaçao rápida e concisa! Senti um ar de admiração ao palpar a colher. Lá começou a comer... rapidamente arranjou a sua própria tecnica de pegar-lhe. Tudo isto perante o olhar estupefacto e sorriente dos seus familiares que murmuravam: "Olha como ele com bem e sozinho". Ah, a colher que se adapata às necessidade de manipulação por ambas as mãos. Conseguiu comer a comida do prato, a sopa e sobremesa. Entre estes, bebeu agua sózinho pela garrafa após uma pequena dica minha. Até alguns colegas ficaram admirados!
Contudo, e como tudo na vida, ha sempre barreiras e estas despoltaram a minha tristeza. Hoje para meu espanto, primeiro não me deixaram continuar a analisar a situação, logo não pude continuar o meu trabalho. Aliás, não o meu trabalho mas sim o trabalho de qualquer um que orgulhe da cédula que possui. À hora da refeiçao, vi de relance uns familiares, outros que não os de ontem, a rodearem o homem e a "meter-lhe" comi pra boca. Ora muito bem, os familiares querem substituir tudo o que o senhor faz e não faz. O profissional de saúde ajuda à "conversa" pois segundo ele "assim é mais rápido". Pois bem, é este o mundo em que estamos!
Apesar de estar de consciencia tranquila... queria mais!
Como diz o povo "é vida"!
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