Lembro quando era criança de um miúdo sentado sobre um tapete a adorar a vista de um ecrã de 16 por 32 de uma peça magnífica.
O espectáculo em palco absorvia-lhe a atenção. Nem carros nem bolas nem outro brinquedo demoviam-no daquele show. Os olhos brilhavam ao ritmo dos louvores dos espectadores. Vibrava como estivesse nesse Teatro. Sonhava um dia fazer parte daquele cenário.
As Primaveras prosseguiram... o sonho mantinha-se.
O sonho tornou-se realidade, por terras de Sua Majestade. A ansiedade de entrar no teatro fintou cansaço das viagens. O tal miúdo já mais poderá esquecer aquela imagem na esquina da avenida em que o iluminado palco enche os seus olhos. Uma peça com 2 actos de 45 minutos cada voou no tempo até aos dias do tal rapaz sentado no tal tapete.
O cenário mágico confirmou o tal público, incrivelmente, entusiasta... os actores verdadeiros diabos em palco. O Teatro dos Sonhos justificava incondicionalmente o seu nome.
No final, o público aplaude de pé os artistas, as cortinas volvem-se e as luzes apagaram-se e o sonho foi mesmo real.