Um amigo, que trabalhava num escritório de advogados, contou que, nas partidas de futebol da empresa, todos se tratavam por sôtor. Qualquer coisa como: "É minha, sôtor. É falta, sôtor." Mais absurdo que usar um título durante uma peladinha era os advogados mais novos terem de ficar no escritório até tarde, mesmo tendo acabado o trabalho, porque os chefes chegavam tarde do almoço e prolongavam a jornada. Horas sem fazer nada, apenas por medo ao sôtor. Em Portugal há um formalismo armado aos cágados que, mais que respeito, revela a nossa apetência por escolher o acessório em vez do fundamental, que importa mais parecer do que ser, que um título vale tanto no processo de exibição como o carro de luxo. Durante anos democratizou-se o ensino superior - algo a celebrar, especialmente após décadas de ignorância, rigidez social e esmagamento da iniciativa individual. É mais que legítimo que o filho de um pedreiro aspire a ser advogado. Mas escolhemos mal as prioridades. E as licenciaturas (tantas vezes de péssima qualidade), em vez de serem uma ferramenta de desenvolvimento, são um fim: ter um diploma, cheques com o título "doutor" e a certeza de contar com um emprego no cu da galinha. Vale mais um advogado que um canalizador? Somos um país onde parecer é mais importante que fazer, onde os advogados ficam até tarde no escritório - mais por deferência medieval do que para aumentar a produtividade. O hábito do sôtor é a prova de que este país, mesmo à beira da ruína, prefere naufragar de fato e gravata a salvar-se de fato-macaco.
in http://www.ionline.pt/conteudo/127630-nao-me-trates-doutor
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
sábado, 10 de setembro de 2011
Desilusão Lisboeta
O sentimento de desilusão é tão grande que não há palavras neste momento... Será que escrevo com o coração/fúria ou com os dedos?! O meu Id já se manifesta em inglês.
Desculpem-me o atrevimento... mas só me ocorre a expressão "I had a dream...".
A possibilidade de ver os "meus ídolos e dream team" no relvado da luz na próxima 4ª-feira esfumou-se numa promessa ilusória.
Os Red Devils de Sir Alex Ferguson vêm a Portugal para mais um jogo de Champions. Mais um para eles... e para mim uma oportunidade única (quiçá?).
Alguns poderão pensar "... mas que burrice e estupidez ficar assim por um jogo de futebol", todavia, não é pelo jogo em si que atrai tal sentimento, mas sobretudo pela cultura que os britânicos espalham, a evolução histórica da equipa, o espírito de grupo e as memórias de infância que me trazem.
Lamento a minha burrice...
Desculpem-me o atrevimento... mas só me ocorre a expressão "I had a dream...".
A possibilidade de ver os "meus ídolos e dream team" no relvado da luz na próxima 4ª-feira esfumou-se numa promessa ilusória.
Os Red Devils de Sir Alex Ferguson vêm a Portugal para mais um jogo de Champions. Mais um para eles... e para mim uma oportunidade única (quiçá?).
Alguns poderão pensar "... mas que burrice e estupidez ficar assim por um jogo de futebol", todavia, não é pelo jogo em si que atrai tal sentimento, mas sobretudo pela cultura que os britânicos espalham, a evolução histórica da equipa, o espírito de grupo e as memórias de infância que me trazem.
Lamento a minha burrice...
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
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