
Antes de declamar estas linhas, barafustei com um alfinete. Este pobre coitado, apenas com cabeça e espeto, atreveu-se a beijar a pele. Claro está que a mão humana fugiu. Ainda lhe ralhou.
Este ingénuo alfinete não percebeu, ainda, que a sua amada "mão" rejeita-o. Afasta-se. Não obstante, a culpada desta paixoneta é a mão. Safada! Não é que esta passa a vida a passar-lhe os seus dedos pela cabeça... promete-lhe sedas, dá veludos.
É perfeitamente legitimo que ele perca a cabeça e queira consumar o seu simples desejo: tocar-lhe.
O seu destino está traçado. Enquanto for útil à mão humana, esta irá galanteá-lo incessantemente, até que este lhe deixe de ser útil.
A egoísta mão fecha-o e tumula-o na caixa.
Pobre objecto...