sábado, 26 de novembro de 2011

Amizade...

Amizade... belo termo para ser semeado no seio de uma conversa, não obstante a banalidade do seu uso desincorpora-lhe o seu fruto. É chique e fica bem nomear-se os familiares deste valor humano.
Muitas vezes usa-se, erradamente, a expressão “verdadeiro amigo”. Amigo ou se é ou não é. Amigo é aquele que respeita os nossos defeitos, conhece e percebe os motivos do nosso comportamento e estende a mão mesmo quando não pedido ajuda. Alguém que está à distância de um telefonema a qualquer momento, abana-nos e diz a verdade. Tudo isto pincelado com aconchego e afecto. A Amizade não se tempera com inveja e mesquinhez.
Não existe contabilidade na Amizade, eu dei e tu não, nada disso.
É verdade, sim senhor, que o quadro actual revela uma situação de crise… todavia não focalizar, apenas, a crise do dinheiro. Tal espelha-se nos momentos de maior agonia em que preferimos ter um amigo ao pé do que um bolso farto em moedas.
Infelizmente, há quem há quem não saiba estimar os seus amigos. Posteriormente, quando o quadro fica descolorido percebem o brilho que têm na vida.
A vida pode ser um mar de rosas… mas até as rosas tem espinhos. Os espinhos fazem notar-se, acima de tudo, em feridas de desilusão ou manchas de certezas incertas sobre o outro. Não creio que o tempo seja cura para estas feridas. Aliás, existe remédio?
Em suma, quem neste mar tormentoso das crises financeira e ausência de valores tiver um ombro para encostar a cabeça que preserve essa ilha.

1 comentário:

  1. Gostei deste texto pelas "chaves de leitura" que proporciona.
    Erguendo-o da vida, o autor apresenta a sua concepção de amizade em forma de partilha.
    Na amizade séria e verdadeira, penso que não existe o "se"... 'Sou teu amigo se..."
    Aceitar o outro como diferente é já o começo da amizade...
    SM

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