Feliz ano Novo... 2010

2009...

Ainda estive alguns minutos a escrever e apagar algumas linhas sobre o lanço 2009. Não foi um ano fácil. O fácil e difícil depende de nós. Às tantas e embalado pelo dedilhar ao piano de David Sides, esbarro com um livro em cima da mesa. Não resisti à curiosidade e espreita-lo. Um poema levou a viajar pelos últimos 12 meses. Reviver rapidamente um ano em alguma linha por metáfora. A vida é uma metáfora. Nesta viajem tive a honra de ser conduzido por Vinicius de Moraes:

Quem já passou por essa vida e não viveu

Pode ser mais, mas sabe menos do que eu

Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não
Vinicius de Moraes

Arrogância...

Arrogância, esta a palavra que melhor define a pálida reunião da ONU. Parece que tema emergente - alterações climáticas – evaporou-se para o esquecimento. Os participantes consideram-se beneméritos, enaltecendo a virtude das suas intenções e massajando o Ego perante as câmaras de televisão e jornais, escondendo enorme presunção.
Ela começa logo pela altivez de pensar que o Homem tem capacidade suficiente para modificar o clima do nosso planeta. O planeta Azul é enorme e o seu sistema climático extremamente vasto e complexo. A história do globo terrestre foi fortuita em várias fases, com enormes saltos e choques. Fundamentados em resultados preliminares de ciência assumidamente parcial e incompleta, alguns especialistas arremessaram a alarme que este imponente sistema cósmico está a ser modificado pelas emissões de um dos seus habitantes.
Mesmo que seja verdade, surge o segundo pedantismo. Aquela mão-cheia de mentores acredita fielmente que vão conseguir mudar o rumo do progresso humano. Confiados na suposta omnipotência governamental, têm a audácia de se auto nomear chefes da cabine de controlo da humanidade inteira e, por isso, do universo. Todo o exercício é bem-intencionado mas ingénuo e de uma tolice espantosa.
Nem a evidência do falhanço de anteriores compromissos os impede de acreditar na eficácia do anúncio de limites e medidas isoladas que, na melhor das hipóteses, reduzirão algumas décimas de grau a temperatura mundial, quando ela está mesmo a subir. Isso não espanta. Nos anos 60 a ONU quis desenvolver os pobres, nos 70 afrouxar o preço do ouro negro, nos 80 limitar a corrida nuclear, nos 90 diminuir a população. Ainda não acertou uma. Será que acertará?

Jovens portugueses bebem como…

Os mancebos lusitanos estão a eleger padrões de consumo de álcool estranhos à nossa tradição. Os exemplos externos, hábitos dos países nórdicos, ou seja, consumindo grandes quantidades em curtos espaços de tempo são cada vez mais incorporados, em busca da perda de consciência. As análises internacionais remetem-nos para uma tendência crescente em Portugal, iniciada antes 16 anos de idade. Este saliencia, tem por base, talvez, de nos fazer acordar para o abuso do consumo de álcool neste período festivo, que tem consequências dramáticas sobretudo nos acidentes rodoviários.

No terreno prevê-se um plano que impinja uma acção concertada a nível da redução de oferta e da publicidade, bem como dificultar o acesso ao consumo de álcool. Em cima da mesa está, concretamente, a proposta da subida da idade legal para o consumo de álcool dos actuais 16 anos, para os 18 anos, medida que tem sido contestada sobretudo pelo «negócio da noite».

Tendo em consideração o que a arte científica expressa sobre o efeito do álcool no desenvolvimento do cérebro, o aparecimento de cirrose em jovens com menos de 30 anos, encefalopatia hepática, as gravidezes indesejadas e as doenças sexualmente transmissíveis contraídas em plena bebedeira, entre muitos outros efeitos secundários, a prevenção é uma prioridade. Não obstante, a análogo ao Estado, fica a responsabilidade dos pais. Estes podem e devem controlar e saber dizer NÃO. Pela saúde dos filhos.

25 de Dezembro...

Ora pois muito bem, hoje o vigésimo quinto dia do último mês do ano é dia de celebração de muitas dádivas. Se não vejamos, os supermercados estão fechados, não há destaques nos noticiários alusivos ao Benfica (como primeira página), shoppings fechados, mensagens grátis ausentes, programas televisivos familiares, pouco trânsito nas ruas, pessoas empanturradas de presentes, muitas famílias reunidas à volta duma mesa farta de doçarias e bebidas... hum! Para que tudo seja exequível num só dia, então só pode ser... Natal. Pois é, ouvi uns rumores que tinha nascido o Menino Jesus!

Em arrabalde desta temporada lança-se uma alma de partilha e fraternidade que ofusca o gelo sentido nos últimos dias. Todavia, muita gente tem a memória curta, porquanto esquecem-se que assim como o gelo persiste durante todo o ano em muitos corações, esta neblina natalícia incumbir-se-ia de continuar a derretê-lo.
Não vale a pena alongar-me realçando o papel refilão inconformado. Relativamente à minha consoada, o bacalhau e rabanadas foram partilhados por alguns tios e primos. Os do costume! Não quero falar sobre prendas... Desse momento, ainda, se cultivam as conversas de ontem à noite e desvanecem-se os "riscos da sueca”. Para outros, os torneios de FIFA 2010 na consola são inevitáveis.
Como é tradição nesta quadra, na véspera de Natal, liga-se a todos os amigo e conhecidos. Bem, este ano limitei-me a contactar telefonicamente os meus AMIGOS. Um SMS penso que seja um pouco impessoal, por mais que conheçamos a pessoa. Ouvir a voz e uma gargalhada é o melhor presente. Para minha pena, não consegui falar com todos dessa mão cheia de AMIGOS.
Feliz Natal...
Merry Christmas - * - Feliz Nabidad - * - Joyeux Noël - * - Feliz Navidad - * - Frohe Weihnachten - * - Buon Natale - * - Feliz Natal - * - vrolijk Kerstfeest - * - καλά Χριστούγεννα...

Força rapaz... JCV de luto

Aos 14 anos de vida quis o destino que Paulo continuasse a sua vida sem o seu pai.

Coimbra foi o local da tragédia, na passada segunda-feira. Deslocado de casa para poder melhorar as condições de vida da sua família, o pai de 42 anos, foi literalmente abalroado pela infeliz grua da sua obra. O que motivou este acidente ainda não se sabe as causas.

Hoje, na capela de Vilela, foi prestada a última homenagem a este homem. A Juventude Cruz Vermelha - JCV - não podia faltar. O Paulo é um dos nossos jovens. É muito complicado descrever este momento em redor do Paulo. Não há palavras. Felizmente há gestos! Um abraço de 8 pessoas, ao som do silêncio lubrificado com umas lágrimas malandras, foi o gesto que oferecemos ao miúdo. Que poderíamos fazer mais para além estarmos ali?! Bem, certamente que vamos reunir o grupo e conversar sobre esta situação. Tudo o que podermos fazer para continuarmos a ser brindados com o sorriso malandro... faremos.

Força rapaz... és um de nós.

Natal...

Afinal... não era só na pré-época

Tango de (Sa)viola encantou 64 mil pessoa no inferno da luz. A orquestra sob a batuta de Carlos Matins teve como solista e Javier Saviola. A ritmar o passo desta orquestra apresentou-se em palco gigante David Luiz de fato e gravata. o FC Porto já que não se mostrou no palco magnifico da luz, pelo menos que tenha "galanteado" este tango em tom de fado brindado chuva celeste.
Uma imagem vale por mil palavras...

Saturday Night...

Simplesmente fenomenal...
Obrigado

Vila Cova perde...

Nesta manhã gelada de domingo, em que o campo de futebol mais parecia uma pista de de gelo, os alvinegros de Vila Cova deslocaram-se ao reduto do Vasco da Gama - Recarei.
De futebol há muito pouco a acrescentar, a não ser os três tento apontados pela equipa da casa sem resposta do adversário. Um jogo sem história, sem atletas em condições físicas de disputarem o jogo. É justa a vitória, contudo por números um pouco exagerados.
Que mais poderei dizer? Bem, sei que quando a minha equipa ganha tenho uma escrita mais longa e pormenorizada... talvez influenciado pelo resultado acho que não há muito a acrescentar.
Ah... é muito importante realçar que no último confronto destes dois conjuntos... o confronto futebolístico passou para actos físicos com violência. Felizmente, para bem de todos, não houve incidente a registar...

Voluntariado...

Em 4 ou 5 anos de voluntário no Hospital já conheci quase todo tipo de pessoas que necessitaram dos cuidados nesta instituição. Ora, para minha surpresa, hoje na mesma enfermaria estavam, nem mais nem menos, 2 padres e um ex-seminarista!
Como nunca tinha estado com tais servos do Senhor enquanto doentes, aproveitei a oportunidade para trocar alguns minutos de conversa. Ambos já passaram a casa dos 70 anos! Pessoas muito simpáticas e muito divertidas. Conversamos a manhã toda...
É complicado explicar o carrossel de diálogo. Apercebi-me, que para aqueles homens, o aspecto menos positivo do sacerdócio chega com a velhice, a solidão. Realçaram o facto de cada vez menos os jovens se aperceberem da sua vocação pelo caminho da fé.
Espero que recuperem rapidamente pois as suas paróquias aguardam-nos com ansiedade.
Boa sorte Sr. Pe.... e boa recuperação!

E... mais uma meta cumprida...

Ufa! Finalmente estão a chegar as férias de Natal. Fisicamente, ainda estou, como diz o povo, "pras curvas", mas a cabeça anda a precisar de descansar. Ou pelo menos sair do poço de infecção que é um hospital.

Desenhado a pensar na II Guerra Mundial, o Hospital de S. João não é propriamente um espaço em que os doentes e funcionários possam regalar a vista pela janela. Até pelo contrário, ontem dizia uma mãe "estou aqui há uma semana e ainda não vi a luz do dia. Só vejo escuridão!Estamos enclausurados?!". Felizmente que a luz da fraternidade, carinho e dedicação ilumina este serviço.
A experiência na pediatria deste hospital foi muito interessante. Cuidar de crianças exige muita confiança e rigor. Os procedimentos técnicos, às vezes parecem assustar, todavia a capacidade de interpretação dos sinais de um ser que não fala (normalmente só chora) andam sempre de mãos dadas à ansiedade vivida pelos pais. Montar este puzzle é a chave da recuperação da criança.
A pediatria faz derreter o gelo dos corações mais invernoso.
Lamento a míseras condições de trabalho. Pelo menos as crianças, o nosso futuro, mereciam melhores intra-estruturas. Não são os TGV´s, aeroportos, pontes, estádios de futebol... que cuidam das pessoas!

Depressão: aumenta risco de incontinência urinária

As mulheres idosas que sofrem de depressão apresentam maior predisposição de desenvolver incontinência urinária, segundo um estudo da Universidade de Washington, nos EUA.

De acordo com os investigadores, estudos anteriores já demonstravam elevadas taxas de depressão entre as mulheres com incontinência, porém pouco se sabia sobre qual condição levaria à outra. Neste sentido, a nova pesquisa apresenta evidências de que a depressão conduz ao «descontrolo da bexiga», mas o contrário não ocorreria.
A equipa de cientistas acreditava que, devido ao facto do neurotransmissor serotonina cumprir um papel em ambas as condições, as mudanças fisiológicas causadas por uma delas poderiam ser o primeiro estágio para a outra. «Pensamos que, possivelmente, iríamos ver duas coisas. Em algumas pessoas, por causa das mudanças químicas no corpo, a depressão poderia levar à incontinência, mas, noutras, a causa ocorreria ao contrário, como reacção psicológica à incontinência», realçou J. Melville.

Na pesquisa, os especialistas utilizaram dados colhidos em seis anos de uma pesquisa com pessoas recentemente aposentadas em 70 mil lares, com média de idade de 59 anos. A partir daí, foram conduzidas duas análises: uma em que as mulheres que entraram no estudo com depressão foram examinadas quanto ao desenvolvimento de incontinência urinária; e a outra, que observou aquelas que já tinham o distúrbio urinário, para ver se desenvolviam o problema de saúde mental durante o acompanhamento.
A pesquisa indicou «um processo muito forte, levando da depressão à incontinência e, na verdade, a incontinência não levando à depressão».

«Os médicos podem usar as descobertas deste estudo para aconselhar mulheres com depressão sobre um aumento potencial do risco para o desenvolvimento de incontinência urinária, ou sobre o que fazer se os sintomas de incontinência começarem», explicaram os autores, destacando que, por outro lado, a perda de controlo da bexiga pode representar um grande impacto emocional e, por isso, não deve ser ignorada.

Hospital de S. João recebe doentes de S. Tomé

Jantar de Natal... um dos muitos...

Ontem, Sábado ao fim do dia, a CVP Vilela reuniu à volta da mesa, para um jantar e ceia de Natal, todos os seus membros do departamento de socorrismo. Se a memória não me falha é nesta época que se consegue juntar o maior número possível de elemento destas instituição.

Antes das batatas cozidas e vegetais cá da nossa região (caseiros) e do famoso bacalhau alguns voluntários participaram num jogo de futebol. Algumas meninas também se juntaram à festa. Umas corridas atrás da bola fugitiva ajudaram a queimar algumas calorias... posteriormente servidas à sobremesa.

O jantar está muito bom e o convívio delicioso. Aplauda-se a equipa que organizou e preparou o salão. O calor era muito... mas o calor humano era maior. Comeu-se, bebeu-se, cantou-se, dançou-se, conversou-se muito... espectáculo.

Não obstante o dia fica marcado por algumas situações menos boas. Independentemente do teor dos assuntos... é lamentável trabalhar/cooperar com gente com complexo de inferioridade e/ou superioridade.

No café...

Por estes dias, em que o trabalho aperta mais um pouco, uma boa conversa no café com os amigos ajuda descomprimir um pouco. Como nós costumamos dizer, "dois dedos de treta não fazem mal a ninguém". Em ponto de conversa pôs-se em cima da mesa uma questão: como ajudar um amigo?!

Ouviu-se algumas opiniões divergentes.
Contudo, a certo momento alguém refere uma história similar a esta:

"... estava eu a passar junto de uma criança que estava no chão. Ela com um olhar pediu-me que a ajudasse. Então fi-lo. Baixei-me e expliquei-lhe uma forma de ela se levantar. Apenas uma estratégia. Com o seu esforço e, comigo junto a ela a orientar esse processo, a criança lá se ergueu. Agradeceu-me com um sorriso. Passadas algumas horas... ao longe mantive-a debaixo do meu olhar, pois ela estava no chão, novamente. Mas... desta vez sozinha com as técnicas instruídas anteriormente consegui levantar-se sozinha e caminhar novamente...."

No seguimento desta história verídica outro acrescenta "... noutro dia alguém precisava de dinheiro. Eu como sou amigo dessa pessoa não lhe dei o dinheiro. Ajudei-o da melhor forma que podia, dizendo-lhe algumas alternativas que ele poderia usar ou para arranjar o dinheiro ou para resolver a situação de forma legal. Caso eu lhe lhe tivesse dado o dinheiro estava a facilitar-lhe tudo. Dava-lhe uma noção errada da vida e de amizade..."

Será isto verdade?!

Prenda de Natal...

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Talvez seja este o lema que melhor defina a minha antecipada prenda de Natal. Já lá vai o tempo em que deixava o sapatinho junto da chaminé à espera do presente do Pai Natal. Bem, com o decorrer dos anos o Pai Natal veio a tomar lugar do generoso menino Jesus. Ainda não percebi bem o porquê!
Ora muito bem, este ano ainda nem tinha pensado na prenda de Natal. Como típico lusitano deixo sempre para a última. Contudo, este ano fui surpreendido. De há algum tempo para cá refilado por um aquecedor na sala. A minha sala é um frigorífico autêntico, de Inverno! Ao mesmo tempo é o local onde gosto mais de ver TV e estudar. Combinei com os meus pais que este ano a minha prenda de Natal seria um aquecedor. Dias mais tarde, e sem esperar pelo dia 25 de Dezembro, o aquecedor aparece a casa. Verdade seja dita, agora já fico mais aconchegado aqui no meu cantinho.
E tu... que vais pedir ao Pai Natal ou menino Jesus?

O ultimo colo...

Às 6.30 da matina toca o despertador para mais uma jornada. Pela janela do quarto, o nevoeiro juntamente com uma chuva miudinha saúdam os primeiros raios de luz. Frio de rachar!

Ainda meio ensonado, ao som da Rádio Comercial, segue-se em direcção ao local aprendizagem. O Hospital São João é uma unidade de saúde de última linha, logo prima por ter os casos mais complicados. No meio de gripes por H1N1, VSR, Influenzas... misturados com problemas cardíacos, gastrointestinais... etc, a pediatria B deste hospital mais parece um cocktail de doenças. Talvez um "shot" demasiado forte para alguns bebés, pais, enfermeiros... ou até mesmo alunos!

Hoje dia foi cunhado pela saída de uma bebé para uma instituição de acolhimento. Durante um mês e meio foi o lar dela. Carinho, afecto, brincadeiras... tudo isto foi, como se é exigido, oferecido à bebé. Embora todos estivessem cientes que a estadia não era vitalícia, o último "beijo, colo e abraço" desenhou no rosto de cada um o leito de uma lágrima perdida. Alguns tentaram conter mas... não houve "profissionalismo" que resistisse. Bem, ainda bem que não resistiu! Manhã e inicio de tarde desgastantes emocionalmente.

À tarde... toca a ir até Felgueiras buscar a caloira. Levei comigo o entardecer e trouxe a noite já cerrada. Agora à noite... espera-me o regresso à cruz vermelha. Pelo menos, espero que a noite seja calma.

Um alfabeto com apenas alguns caracteres é impossível de transparecer aquilo que a razão desconhece...

1º Dezembro...