quarta-feira, 25 de maio de 2011

Morte...

Recostado no sofá a fazer "zapping" no comando esbarro com uma parte de uma entrevista que aborda a morte.
De facto, todos nós (e eu muito mesmo!) temos medo da morte e fugimos dela como o diabo da cruz. Inconscientemente, ou não!, provocamos um "acidente" cultural. Aos poucos fizemos com que a morte mudasse de residência isto é, de nossa casa para o "moderno hotel - Hospital".
Burrice a nossa pensar que conseguimos controlar isso.
Vamos todos morrer. Simplesmente sem um enquadramento espiritual, isto é intolerável, um tabu de que não se ousa falar. Assim, à distancia ficamos ainda mais sozinhos do que nunca perante a nossa mortalidade, perante a mortalidade dos que nos são queridos.
Entregar os últimos minutos de vida ao pessoal do hospital revela um pouco de indiferença perante o ente-querido.
Alguns autores defendem que estamos a roubar a morte às pessoas ao negligenciar esta realidade, de as deixar despedirem-se de quem amam, de tomar decisões. Quando o coma é inevitável, seria melhor que estivessem rodeados de quem pudessem escutar (já que a audição é ultimo sentido a ser perdido), sem fugir das suas inquietações.
Embora a ideia, ainda seja penosa, temos direito a morrer em paz e a ver morrer em paz.

4 comentários:

  1. "temos direito a morrer em paz e a ver morrer em paz."
    Certíssimo. O que nos escapa, aquilo que não controlamos, as coisas que por sua natureza fogem ao imediatismo, tudo aquilo que pode fazer sofrer, é afastado e fugindo, alienamo-nos.
    Causa-me impressão o alheamento com que os mais novos encaram a morte, aliás raramente se vê gente nova em funerais. Isto é "meter a cabeça na areia". A morte existe e faz parte da vida. Penso até que a vida deve ser lida à luz da morte.
    Para muitos a morte é o fim natural. O "acabou-se"; para outros a morte é a porta de entrada para a vida em plenitude, porque acreditam que não vivemos para morrer, mas morremos para viver.
    Bem colocado a ausência da família junto da doença, da a agonia e da morte."temos direito a morrer em paz e a ver morrer eT pazgonia e da morte."
    SM

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  2. ‘In this world nothing can be said to be certain, except death and taxes.’
    So said Benjamin Franklin.
    Many try to avoid taxes but none can avoid death.
    One should not fear death, therefore, because it must happen. However, one might hope for a peaceful and dignified death. Death in one’s own home surrounded by those we love and who love us would be the ideal but for many who live alone this will not happen and therein is the fearful situation.
    One should always be ready for death for Death may visit us like a thief in the night and steal our mortal being away. One should always jealously guard family and friends. Always be kind and thoughtful towards them and they will repay this generosity by being with us during our last moments. DO NOT harbour vengeful or spiteful feeling for friends and family. NEVER go to sleep if you have hurt or upset or been unkind to any of them. ALWAYS ensure that you have made your peace with them if you have wronged them in the slightest way whilst you were awake. BECAUSE if you have not and you never open your eyes again, as Death steals you away in your sleep, those you have hurt will only be left with bitter memories of you.
    And so, while death at home surrounded by loved ones is the ideal one must be realistic enough to know that this will not always happen! Through sickness or some other incapacity one might find oneself in unfamiliar surroundings, a hospital perhaps. In such circumstances one must hope that the nurses and doctors are attuned to our needs as the end draws near. If we cannot be surrounded by family and friends when we take our final breath let us hope that whoever is at our bedside respects or right to dignity and to be allowed to die in peace if there is nothing more that can be done to preserve our fragile life.
    Thanatos’ Disciple 26.05.2011

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  3. Death is not just the absence of life! Death comes when those who love one another no longer want to speak to each other, no longer want to hold each other, and no longer want to be a part of each others' life! The sadness of such a loss overwhelms the being and destroys the very existence of the one who loves. Death comes when there is no understanding, no gentleness, and no compassion. I am not yet dead but I might as well be as my love is not realised and my despair in that is my death. I still hope that the one whom I love will understand and love me in return and so bring me back to life - but maybe I hope in vain and I will be lost for all eternity - separated from my true love and kindred spirit!

    The sad one. 08.06.2011

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  4. A morte de facto existe e não ha voltaa a dar por mais revolta que se tenha! Por mais que eu diga que n~ºao concordo com a morte, que é um grande erro de "fabrico" do ser humano de facto ela existe.
    Mas quando chega ate nós, deixa-nos sem chão, sem aceite-la, sem compreende-la, revoltadissimos.
    Nem sei explicar, é algo devastados que entra nos nossos corações. Perdi a uma semana meu pai, daí o facto de pesquisar coisas sobre a tal morte. Foi muito rapido, um fatidico AVC,uma pessoas ainda jovem com muitos anos ainda para viver. Ele estava incosciente horas antes de falecer mas com os olhos abertos,presos no nada... estive com ele, fiz-lhe meiguices, falei para ele, olhei nos olhos dele mas nada, nenhuma reacção....o que mais me atormenta é pensar que ele não me ouviu naquele momento. Mas será que a audição mesmo numa pessoa incosciente ainda existe?

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