quinta-feira, 21 de maio de 2009

Repara em mim... carago!

Quando se fala em vícios, recordo-me do vício do tabaco, aácool... e infelizmente a grande maioria dos doentes internados ou são ou foram fumadores (um dos factores de risco para doenças cardíacas e pulmonares, que é o que mais se encontra...).

Cada vez mais os jovem experimentam o tabaco e álcool - drogas! Confesso que estive reticente durante alguns minutos a pensar numa palavras no meio deste pensamento. Faço-me clarificar, será que devemos dizer que os jovens são "impingidos" a experimentar as drogas? ou, então, fazem-no de livre vontade?

Não podemos esquecer que esta alienação por novas experiências é uma das componente da formação da personalidade. Os jovens, nomeadamente dos 14 ao 20, segundo Erikson, durante a puberdade experimentam vários papéis. Estas várias experiências são a todos os níveis: sexual, religioso, profissional, grupo de pares, familiar... permitem às pessoas conhecerem através da experimentação perceber quais as actividade ou áreas que mais os estimulam e têm interesse.

O grupo de pares é basilar nesta questão. Cerca de 90% dos jovens quando iniciam ou tentam fazer algo pela primeira vez fazem-no em grupo. O líder desse grupo é visto pelos demais como o "exemplo" deles. O líder é alguém que consegue persuadir, muitas vezes com argumentos inviáveis, os restantes, a fazerem essa nova actividade. Assim, na minha opinião que é baseada na literatura de referência, para atingir com maior eficácia todo o grupo deve-se tentar chegar ate ao líder e perceber e "orientá-lo, pois este encaminhará os restantes no verdadeiro caminho correcto.

Outro aspecto, é o facto de nos últimos anos as depressões na adolescência ter aumentado exponencialmente. Há muitos autores que não consideram depressão! Independentemente do seu nome, o comportamento dos jovens deprimidos/problemas psicológicos é diferente dos adultos. Se nos adultos deprimidos/problemas psicológicos quando apresentam este quadro o recurso ao isolamento, apatia, diminuição da volição geral são comuns, nos jovens acontece o oposto. A excessiva "socializaçao" - saidas nocturnas, vários grupos de amigos, falar aos berros -, exercerbo de euforia, radicalização e aquisição de atitudes e comportamentos (fumar, alcoolismo, uso de piercings) e mudança radical no vestuário para roupas excêntricas e vistosas. Estes comportamnetos quase que nos dizem "repara em mim, carago".

Certamente que estes vícios, principalmente o fumar e consumo de álcool são heranças culturais mal aplicadas. Sabemos que o fumar e beber um copo no século XVIII eram considerados luxos! Ora, com o crecente poder de compra, muitas sociedades quiseram ser "chiques" e ficaram viciadas no luxo - beber um copo e fumar um cigarrro.

Àqueles que trabalham com grupos de jovens... compreendam os seus comportamentos apesar de os não entenderem.

5 comentários:

  1. Belíssimo trabalho. Merece ser conhecido e debatido por jovens e formadores.
    Parabéns pelo post.
    AS

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  2. Muito bom!

    Curioso ainda hoje estive a falar com a minha filha que esta no 12ºano sobre vicios.

    Vou partilhar com ela o teu texto.

    Bjinho

    Céci

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  3. Muito obrigado pelos comentários!
    Percebo que para um jovem a integração nos grupos de pares seja fundamental... mas ao impor/mostrarmos que temos personalidade vai fazer com que os outros nos respeitem...

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  4. Correctíssimo tudo o que dizes neste artigo... Da minha parte posso dizer que me orgulho de não ter qualquer um destes vícios! Na minha adolescência era um rapaz tímido e introvertido (ainda sou), e isso de certa forma ajudou-me, sim, ajudou-me pelo facto de não querer inserir-me em grupos com estes vícios... Era um rapaz consciente e isso ajudou-me muito...

    Bom tema para discutir que aqui apresentaste..

    Xico

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  5. Obrigado, Xico, por vires comentar!
    Continua a ser bom rapaz...

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