domingo, 1 de novembro de 2009

Saudades...

Neste primeiro de Novembro, a par de milhares de pessoas, fui visitar os locais onde minha avó paterna e avós maternos descansam. É verdade que muita gente só os visita neste dia, outros nem nem dia. Também há aqueles que só relevam os seus actos depois sentiram a sua falta. Mas como diz o povo, e muito bem, cada cabeça sua sentença.
Não gosto muito de visitar os cemitérios por uma simples razão: sinto-me muito triste e saudoso.
E, hoje não fugi à regra! A visita um pouco fugaz foi motivada por essa inquietação dos cemiterios. Não tenho muitas memórias do meu avô... pois ainda era muito miúdo quando ele partiu. Não me esqueço de ele me ter ensinado a pôr as batatas nos regos com a exigente distancia, assim como da valente sova que levei. Poucos dias antes de partir, a minha irmã ensinou este Homem aos setenta e poucos a fazer torradas. Fazia-as muito bem! Já a sua esposa, minha avó materna, recordo-a sempre num retrato de AVC. Aquilo que sei dela é por contos... pois nunca falei com ela. Mas sempre senti ao pé dela um olhar de admiração e que percebia o que lhe dizíamos.
Por terra santas de Vilela mora agora o corpo da minha avó. Esta é aquela com quem mais contactei... mais lembranças, mais saudades. Estas saudades são aliadas de tristezas com um corrimento, por vezes, de uma lágrima perdida. Nas férias de Verão fazia questão de me refrescar com um gelado. No Natal, adoçava-me a boca com um pai-natal de chocolate. quando era mais reguila apelidava-me de "judeu". "Tu és muito judeu" dizia ela com um sorriso que iluminava ao seu redor. Muitas mais lembranças... que a emoção não permite escrever.
Tenho muita magoa duma coisa... ela sempre acreditou que poderia ser "o menino da família Sr. Dr." mas infelizmente não pode acompanhar a minha caminha.
A vós os três... descansai em paz!

3 comentários:

  1. Bem escrito, bem vivenciado.
    Teresa de Calcutá tem razão:
    "Vou passar pela vida só uma vez, por isso qualquer coisa boa que eu possa fazer a um ser humano devo fazer agora, porque não passarei de novo por aqui ..."

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  2. Apesar de tudo, todos nós acabamos por ser "afastados" daquelas pessoas de quem gostavamos, mesmo que não tivessemos conhecido, pois na realidade elas são uma parte de nós. Apesar da ausência do corpo cá na Terra, as suas almas estarão sempre presentes nos nossos corações...

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  3. Gostei desta tua escrita. Gr

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