Obrigado, P.e Zé Matias!
Há 3 dias
Após meses de pousio na praia lusitana, entre as dunas que tentam fintar o mar, Fénix decide voar uma vez mais. As suas asas levam-na para sul. Todavia, o manto verde bordado bordado de abetos sobre o azul celeste com alguns risco de alcatrão a contornar o relevo causou-lhe curiosidade. As construções de granito atestavam a passagem do Homem. Simplesmente, queria ver o que está ali.
Amizade... belo termo para ser semeado no seio de uma conversa, não obstante a banalidade do seu uso desincorpora-lhe o seu fruto. É chique e fica bem nomear-se os familiares deste valor humano.
Um amigo, que trabalhava num escritório de advogados, contou que, nas partidas de futebol da empresa, todos se tratavam por sôtor. Qualquer coisa como: "É minha, sôtor. É falta, sôtor." Mais absurdo que usar um título durante uma peladinha era os advogados mais novos terem de ficar no escritório até tarde, mesmo tendo acabado o trabalho, porque os chefes chegavam tarde do almoço e prolongavam a jornada. Horas sem fazer nada, apenas por medo ao sôtor. Em Portugal há um formalismo armado aos cágados que, mais que respeito, revela a nossa apetência por escolher o acessório em vez do fundamental, que importa mais parecer do que ser, que um título vale tanto no processo de exibição como o carro de luxo. Durante anos democratizou-se o ensino superior - algo a celebrar, especialmente após décadas de ignorância, rigidez social e esmagamento da iniciativa individual. É mais que legítimo que o filho de um pedreiro aspire a ser advogado. Mas escolhemos mal as prioridades. E as licenciaturas (tantas vezes de péssima qualidade), em vez de serem uma ferramenta de desenvolvimento, são um fim: ter um diploma, cheques com o título "doutor" e a certeza de contar com um emprego no cu da galinha. Vale mais um advogado que um canalizador? Somos um país onde parecer é mais importante que fazer, onde os advogados ficam até tarde no escritório - mais por deferência medieval do que para aumentar a produtividade. O hábito do sôtor é a prova de que este país, mesmo à beira da ruína, prefere naufragar de fato e gravata a salvar-se de fato-macaco.
O sentimento de desilusão é tão grande que não há palavras neste momento... Será que escrevo com o coração/fúria ou com os dedos?! O meu Id já se manifesta em inglês.
Um pequeno barqueiro talhado pela aldeia humanista aventurou a navegar por águas desconhecidas. Quis a maré que o seu porto fosse uma ilha selvagem. Uma selva de cimento.Por ondas e maré ora agitadas, ora agressivas, ora anégicas, o barqueiro permaneceu no cais sem meter água.
A semana do planeta azul iniciou-se com a notícias mais deseja, para alguns lideres mundiais: Bin Laden foi morto pelas tropas norte-americanas.
Ainda sou jovem, é verdade! Já passaram 6 anos desde o último pontapé na bola quando vestia as cores do União de Paredes como Júnior. Tempos magníficos.