segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
sábado, 10 de dezembro de 2011
Manto verde
Após meses de pousio na praia lusitana, entre as dunas que tentam fintar o mar, Fénix decide voar uma vez mais. As suas asas levam-na para sul. Todavia, o manto verde bordado bordado de abetos sobre o azul celeste com alguns risco de alcatrão a contornar o relevo causou-lhe curiosidade. As construções de granito atestavam a passagem do Homem. Simplesmente, queria ver o que está ali.
Lá do alto, avista o vale serpenteado por água enxofrada. Moradias, poucas é verdade, bebem imensamente esta qualidade de vida. Num zoom quase instantâneo, a sua iris ordena-lhe que se aproxime e explore o vale.
Fénix abre as asas e dança sobre o manto verdes. O ar puro desta terra velhota aviva-lhe a alma.
Fénix abre as asas e dança sobre o manto verdes. O ar puro desta terra velhota aviva-lhe a alma.
Enquanto o sol se escondia da lua curva-se sobre o rio para beber água. Eis que então surge-lhe, da outra margem, um gato cinza para partilhar o mesmo líquido.
Timidamente, olham um para o outro e esboçam um inclinar de cabeça... autorizando a observação mútua. Respeita-se o momento neste quadro natural perdido na terra de Viriato.
Timidamente, olham um para o outro e esboçam um inclinar de cabeça... autorizando a observação mútua. Respeita-se o momento neste quadro natural perdido na terra de Viriato.
Matada a sede... Fénix sorri saudosamente e regressa à sua praia.
domingo, 27 de novembro de 2011
Teatro dos Sonhos
Lembro quando era criança de um miúdo sentado sobre um tapete a adorar a vista de um ecrã de 16 por 32 de uma peça magnífica.
O espectáculo em palco absorvia-lhe a atenção. Nem carros nem bolas nem outro brinquedo demoviam-no daquele show. Os olhos brilhavam ao ritmo dos louvores dos espectadores. Vibrava como estivesse nesse Teatro. Sonhava um dia fazer parte daquele cenário.
As Primaveras prosseguiram... o sonho mantinha-se.
O sonho tornou-se realidade, por terras de Sua Majestade. A ansiedade de entrar no teatro fintou cansaço das viagens. O tal miúdo já mais poderá esquecer aquela imagem na esquina da avenida em que o iluminado palco enche os seus olhos. Uma peça com 2 actos de 45 minutos cada voou no tempo até aos dias do tal rapaz sentado no tal tapete.
O cenário mágico confirmou o tal público, incrivelmente, entusiasta... os actores verdadeiros diabos em palco. O Teatro dos Sonhos justificava incondicionalmente o seu nome.
No final, o público aplaude de pé os artistas, as cortinas volvem-se e as luzes apagaram-se e o sonho foi mesmo real.
sábado, 26 de novembro de 2011
Amizade...
Amizade... belo termo para ser semeado no seio de uma conversa, não obstante a banalidade do seu uso desincorpora-lhe o seu fruto. É chique e fica bem nomear-se os familiares deste valor humano.
Muitas vezes usa-se, erradamente, a expressão “verdadeiro amigo”. Amigo ou se é ou não é. Amigo é aquele que respeita os nossos defeitos, conhece e percebe os motivos do nosso comportamento e estende a mão mesmo quando não pedido ajuda. Alguém que está à distância de um telefonema a qualquer momento, abana-nos e diz a verdade. Tudo isto pincelado com aconchego e afecto. A Amizade não se tempera com inveja e mesquinhez.
Não existe contabilidade na Amizade, eu dei e tu não, nada disso.
É verdade, sim senhor, que o quadro actual revela uma situação de crise… todavia não focalizar, apenas, a crise do dinheiro. Tal espelha-se nos momentos de maior agonia em que preferimos ter um amigo ao pé do que um bolso farto em moedas.
Infelizmente, há quem há quem não saiba estimar os seus amigos. Posteriormente, quando o quadro fica descolorido percebem o brilho que têm na vida.
A vida pode ser um mar de rosas… mas até as rosas tem espinhos. Os espinhos fazem notar-se, acima de tudo, em feridas de desilusão ou manchas de certezas incertas sobre o outro. Não creio que o tempo seja cura para estas feridas. Aliás, existe remédio?
Em suma, quem neste mar tormentoso das crises financeira e ausência de valores tiver um ombro para encostar a cabeça que preserve essa ilha.
Muitas vezes usa-se, erradamente, a expressão “verdadeiro amigo”. Amigo ou se é ou não é. Amigo é aquele que respeita os nossos defeitos, conhece e percebe os motivos do nosso comportamento e estende a mão mesmo quando não pedido ajuda. Alguém que está à distância de um telefonema a qualquer momento, abana-nos e diz a verdade. Tudo isto pincelado com aconchego e afecto. A Amizade não se tempera com inveja e mesquinhez.
Não existe contabilidade na Amizade, eu dei e tu não, nada disso.
É verdade, sim senhor, que o quadro actual revela uma situação de crise… todavia não focalizar, apenas, a crise do dinheiro. Tal espelha-se nos momentos de maior agonia em que preferimos ter um amigo ao pé do que um bolso farto em moedas.
Infelizmente, há quem há quem não saiba estimar os seus amigos. Posteriormente, quando o quadro fica descolorido percebem o brilho que têm na vida.
A vida pode ser um mar de rosas… mas até as rosas tem espinhos. Os espinhos fazem notar-se, acima de tudo, em feridas de desilusão ou manchas de certezas incertas sobre o outro. Não creio que o tempo seja cura para estas feridas. Aliás, existe remédio?
Em suma, quem neste mar tormentoso das crises financeira e ausência de valores tiver um ombro para encostar a cabeça que preserve essa ilha.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Não me trates por doutor
Um amigo, que trabalhava num escritório de advogados, contou que, nas partidas de futebol da empresa, todos se tratavam por sôtor. Qualquer coisa como: "É minha, sôtor. É falta, sôtor." Mais absurdo que usar um título durante uma peladinha era os advogados mais novos terem de ficar no escritório até tarde, mesmo tendo acabado o trabalho, porque os chefes chegavam tarde do almoço e prolongavam a jornada. Horas sem fazer nada, apenas por medo ao sôtor. Em Portugal há um formalismo armado aos cágados que, mais que respeito, revela a nossa apetência por escolher o acessório em vez do fundamental, que importa mais parecer do que ser, que um título vale tanto no processo de exibição como o carro de luxo. Durante anos democratizou-se o ensino superior - algo a celebrar, especialmente após décadas de ignorância, rigidez social e esmagamento da iniciativa individual. É mais que legítimo que o filho de um pedreiro aspire a ser advogado. Mas escolhemos mal as prioridades. E as licenciaturas (tantas vezes de péssima qualidade), em vez de serem uma ferramenta de desenvolvimento, são um fim: ter um diploma, cheques com o título "doutor" e a certeza de contar com um emprego no cu da galinha. Vale mais um advogado que um canalizador? Somos um país onde parecer é mais importante que fazer, onde os advogados ficam até tarde no escritório - mais por deferência medieval do que para aumentar a produtividade. O hábito do sôtor é a prova de que este país, mesmo à beira da ruína, prefere naufragar de fato e gravata a salvar-se de fato-macaco.
in http://www.ionline.pt/conteudo/127630-nao-me-trates-doutor
in http://www.ionline.pt/conteudo/127630-nao-me-trates-doutor
sábado, 10 de setembro de 2011
Desilusão Lisboeta
O sentimento de desilusão é tão grande que não há palavras neste momento... Será que escrevo com o coração/fúria ou com os dedos?! O meu Id já se manifesta em inglês.
Desculpem-me o atrevimento... mas só me ocorre a expressão "I had a dream...".
A possibilidade de ver os "meus ídolos e dream team" no relvado da luz na próxima 4ª-feira esfumou-se numa promessa ilusória.
Os Red Devils de Sir Alex Ferguson vêm a Portugal para mais um jogo de Champions. Mais um para eles... e para mim uma oportunidade única (quiçá?).
Alguns poderão pensar "... mas que burrice e estupidez ficar assim por um jogo de futebol", todavia, não é pelo jogo em si que atrai tal sentimento, mas sobretudo pela cultura que os britânicos espalham, a evolução histórica da equipa, o espírito de grupo e as memórias de infância que me trazem.
Lamento a minha burrice...
Desculpem-me o atrevimento... mas só me ocorre a expressão "I had a dream...".
A possibilidade de ver os "meus ídolos e dream team" no relvado da luz na próxima 4ª-feira esfumou-se numa promessa ilusória.
Os Red Devils de Sir Alex Ferguson vêm a Portugal para mais um jogo de Champions. Mais um para eles... e para mim uma oportunidade única (quiçá?).
Alguns poderão pensar "... mas que burrice e estupidez ficar assim por um jogo de futebol", todavia, não é pelo jogo em si que atrai tal sentimento, mas sobretudo pela cultura que os britânicos espalham, a evolução histórica da equipa, o espírito de grupo e as memórias de infância que me trazem.
Lamento a minha burrice...
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
quinta-feira, 16 de junho de 2011
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Morte...
Recostado no sofá a fazer "zapping" no comando esbarro com uma parte de uma entrevista que aborda a morte.
De facto, todos nós (e eu muito mesmo!) temos medo da morte e fugimos dela como o diabo da cruz. Inconscientemente, ou não!, provocamos um "acidente" cultural. Aos poucos fizemos com que a morte mudasse de residência isto é, de nossa casa para o "moderno hotel - Hospital".
Burrice a nossa pensar que conseguimos controlar isso.
Vamos todos morrer. Simplesmente sem um enquadramento espiritual, isto é intolerável, um tabu de que não se ousa falar. Assim, à distancia ficamos ainda mais sozinhos do que nunca perante a nossa mortalidade, perante a mortalidade dos que nos são queridos.
Entregar os últimos minutos de vida ao pessoal do hospital revela um pouco de indiferença perante o ente-querido.
Alguns autores defendem que estamos a roubar a morte às pessoas ao negligenciar esta realidade, de as deixar despedirem-se de quem amam, de tomar decisões. Quando o coma é inevitável, seria melhor que estivessem rodeados de quem pudessem escutar (já que a audição é ultimo sentido a ser perdido), sem fugir das suas inquietações.
Embora a ideia, ainda seja penosa, temos direito a morrer em paz e a ver morrer em paz.
De facto, todos nós (e eu muito mesmo!) temos medo da morte e fugimos dela como o diabo da cruz. Inconscientemente, ou não!, provocamos um "acidente" cultural. Aos poucos fizemos com que a morte mudasse de residência isto é, de nossa casa para o "moderno hotel - Hospital".
Burrice a nossa pensar que conseguimos controlar isso.
Vamos todos morrer. Simplesmente sem um enquadramento espiritual, isto é intolerável, um tabu de que não se ousa falar. Assim, à distancia ficamos ainda mais sozinhos do que nunca perante a nossa mortalidade, perante a mortalidade dos que nos são queridos.
Entregar os últimos minutos de vida ao pessoal do hospital revela um pouco de indiferença perante o ente-querido.
Alguns autores defendem que estamos a roubar a morte às pessoas ao negligenciar esta realidade, de as deixar despedirem-se de quem amam, de tomar decisões. Quando o coma é inevitável, seria melhor que estivessem rodeados de quem pudessem escutar (já que a audição é ultimo sentido a ser perdido), sem fugir das suas inquietações.
Embora a ideia, ainda seja penosa, temos direito a morrer em paz e a ver morrer em paz.
sábado, 21 de maio de 2011
A ilha...
Um pequeno barqueiro talhado pela aldeia humanista aventurou a navegar por águas desconhecidas. Quis a maré que o seu porto fosse uma ilha selvagem. Uma selva de cimento.Por ondas e maré ora agitadas, ora agressivas, ora anégicas, o barqueiro permaneceu no cais sem meter água.
Meses a fio a observar. Esperar.
Certo dia Poseidon leva-o a navegar pela ilha. Um flash capta a sua atenção de modo a ondulação leva-o a um porto. Porto seguro com aguas tépidas onde apetece mergulhar. A transparência e serenidade do porto da tal ilha selvagem contrasta com o cinzento das árvores de betão.A máquina fotográfica e as águas deste cais, que aclamou a atenção do pequeno barqueiro, motiva-o a ancorar.
Um retrato paradisíaco numa ilha selvagem de um dos oceanos...
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Metro e... religião
Era mais uma noite a correr para o metro. Saltando de 2 em 2 degraus, na estação do Marquês, a sonoridade não engana, as portas do metro fecharam. Prontos, este já foi! Mais pausadamente, pé ante pé, faz-se contas à vida. 12 minutos é tempo de espera pelo próximo metro. Até aí, tudo igual.
Suspirando com as mãos sobre os joelhos e os olhos a passear pelos mosaicos que pisamos todos os dias, esbarro com o título de um dos jornais (não sei precisar devido às pisadelas que sofreu) "Catequista mata pai e madrasta".
Percebo que o sensacionalismo jornalístico queira captar a atenção do leitor. Não obstante, o facto de realçarem nas letras gordas a actividade lúdica da pessoa, na religião, transparece um pré julgamento, não do acto (criminoso e horrendo), antes da actividade. É verdade que os membros da religião, principalmente, os que encabeçam os seus postos têm responsabilidades sociais na educação e transmissão de valores acrescidas. Estes mesmos rostos são, também, matéria como outro cidadão.
A meta desta expressão jornalística é "vender o seu produto" sobrevalorizando alguém que é membro da religião cometeu um crime. Enfim...
Bem, novamente o sinal sonoro. O sopro da carruagem arrasta o pedaço de papel para outros olhos... ou pés. Tenho de ir para o metro....
Suspirando com as mãos sobre os joelhos e os olhos a passear pelos mosaicos que pisamos todos os dias, esbarro com o título de um dos jornais (não sei precisar devido às pisadelas que sofreu) "Catequista mata pai e madrasta".
Percebo que o sensacionalismo jornalístico queira captar a atenção do leitor. Não obstante, o facto de realçarem nas letras gordas a actividade lúdica da pessoa, na religião, transparece um pré julgamento, não do acto (criminoso e horrendo), antes da actividade. É verdade que os membros da religião, principalmente, os que encabeçam os seus postos têm responsabilidades sociais na educação e transmissão de valores acrescidas. Estes mesmos rostos são, também, matéria como outro cidadão.
A meta desta expressão jornalística é "vender o seu produto" sobrevalorizando alguém que é membro da religião cometeu um crime. Enfim...
Bem, novamente o sinal sonoro. O sopro da carruagem arrasta o pedaço de papel para outros olhos... ou pés. Tenho de ir para o metro....
terça-feira, 3 de maio de 2011
Bin Laden Morto...
A semana do planeta azul iniciou-se com a notícias mais deseja, para alguns lideres mundiais: Bin Laden foi morto pelas tropas norte-americanas.
Este feito celebrou-se em muitas cidades norte americanas, algumas europeias e Asiáticas. Embora compreenda as manifestações de alegria com este feito, receio que o espectáculo televisivo corroa ao mundo árabe. Claro está que estes quererão defender a "honra do seu líder".
Este símbolo do terrorismo teve como destino final do seu corpo o... mar! Estranhamente, não foram mostradas, ainda, imagens do corpo. O exibicionismo americano ainda não surgiu... mas cautela com ele.
Aguarda-se mais informações desta (suposta) morte...
Este feito celebrou-se em muitas cidades norte americanas, algumas europeias e Asiáticas. Embora compreenda as manifestações de alegria com este feito, receio que o espectáculo televisivo corroa ao mundo árabe. Claro está que estes quererão defender a "honra do seu líder".
Este símbolo do terrorismo teve como destino final do seu corpo o... mar! Estranhamente, não foram mostradas, ainda, imagens do corpo. O exibicionismo americano ainda não surgiu... mas cautela com ele.
Aguarda-se mais informações desta (suposta) morte...
Nota: esta imagem é uma montagem. Não é real!
sexta-feira, 1 de abril de 2011
domingo, 27 de março de 2011
Recorda é viver... é mesmo!
Ainda sou jovem, é verdade! Já passaram 6 anos desde o último pontapé na bola quando vestia as cores do União de Paredes como Júnior. Tempos magníficos.
O futebol é mais que um aglomerado de 11 gajos que se juntam para correr atrás da bola. Quem pensa o contrario é muito redutor. O espírito de equipa, a camaradagem, a partilha de sentimentos e emoções são o expoente máximo deste desporto. Constroem-se muitas amizade... algumas passageiras... todavia grande parte delas são persistentes.
Hoje pude comprovar isso. Após 6 Primaveras o grupo de "86 e 87" decidiu, entre quatro linhas, relembrar os bons velhos tempos. Só sentimos necessidade de reviver situações anteriores quando estas nos marcam positivamente.
Aquele pé esquerdo do Vítor, o Piquet continua com o tamanho 49, o Moisés trocou as luvas pelo meio, o Patrick não perde o sorriso, o Clemente continua o mesmo cromo, Salam Saw o postal e mentor desta festa, o Rato sempre aguerrido e bem disposto, o Vitinha sempre com muita classe...
Nem o frio nem o calor quebraram laços que prevalecem... o tempo apenas os confirmou...
De facto, recordar é sentir-nos mais vivos.
quinta-feira, 3 de março de 2011
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
domingo, 6 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Eleições presidenciais 2011
Destas eleições há ponto que podemos retirar, senão vejamos:
1. REPÚBLICA. Estas eleições visavam eleger o Presidente da República. Sim, aquela República que foi proclamada em 1910 a 5 de Outubro. Aquele aparato que, segundo reza a lenda, nos orgulhou de abolir a monarquia. Pois muito bem... a memória lusitana anda muito fraquinha. Ou será que os portugueses faltaram a essa aula de história?! A abstenção espelha uma destas realidades: desinteresse por esta eleição.
2. ABSTENÇÃO. Talvez mais do que desinteresse pela eleição do PR, os descendentes de Viriato gritaram silenciosamente descrença na comunidade política. Uma abstenção de, aproximadamente, 53% deveria ser mote para reflexão profunda.
3. RESULTADOS. Fernando Nobre demonstrou ser a pessoa com um perfil mais adequado. A inexperiência talvez o tenha prejudicado, não obstante a sua evolução nas sondagens premeiam a sua ousadia. Um candidato independente sem origens politicas de revelo, um exemplo. Por outro lado, o candidato madeirense deu voz à revolta e sátira de muitos caminhos obscuros.
4. DISCURSOS. Defensor Moura não foi politicamente correcto ao não parabenizar o vencedor. Deveria sê-lo "só porque fica bem" e contribuir para a hipocrisia da bela educação politica? Não. Assumiu a derrota e a mais não é obrigado. Por outro lado, o vencedor, após ouvir todos os discursos dos vencidos, encheu o peito de ar e expirou a arrogância acumulada na campanha. Muitas vezes criticou a campanha de ataques pessoais... ontem regalou o seu discurso nisso. Depois, um PR que necessita de auxiliar de memória na vitória... denota que não tem o dom da palavra. Frases feitas e de livro... mais nada
1. REPÚBLICA. Estas eleições visavam eleger o Presidente da República. Sim, aquela República que foi proclamada em 1910 a 5 de Outubro. Aquele aparato que, segundo reza a lenda, nos orgulhou de abolir a monarquia. Pois muito bem... a memória lusitana anda muito fraquinha. Ou será que os portugueses faltaram a essa aula de história?! A abstenção espelha uma destas realidades: desinteresse por esta eleição.
2. ABSTENÇÃO. Talvez mais do que desinteresse pela eleição do PR, os descendentes de Viriato gritaram silenciosamente descrença na comunidade política. Uma abstenção de, aproximadamente, 53% deveria ser mote para reflexão profunda.
3. RESULTADOS. Fernando Nobre demonstrou ser a pessoa com um perfil mais adequado. A inexperiência talvez o tenha prejudicado, não obstante a sua evolução nas sondagens premeiam a sua ousadia. Um candidato independente sem origens politicas de revelo, um exemplo. Por outro lado, o candidato madeirense deu voz à revolta e sátira de muitos caminhos obscuros.
4. DISCURSOS. Defensor Moura não foi politicamente correcto ao não parabenizar o vencedor. Deveria sê-lo "só porque fica bem" e contribuir para a hipocrisia da bela educação politica? Não. Assumiu a derrota e a mais não é obrigado. Por outro lado, o vencedor, após ouvir todos os discursos dos vencidos, encheu o peito de ar e expirou a arrogância acumulada na campanha. Muitas vezes criticou a campanha de ataques pessoais... ontem regalou o seu discurso nisso. Depois, um PR que necessita de auxiliar de memória na vitória... denota que não tem o dom da palavra. Frases feitas e de livro... mais nada
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Renato Seabra: modelo de... assassino!
Pensei que não ia ter de voltar ao assunto, mas uma série de factos nos últimos dias deixaram-me perplexo. Nas redes sociais, mais parece que a vítima é o frágil Renato Seabra, criança indefesa que não teve força para suster os avanços do corpulento Carlos Castro. Para a família, que não, que não, o Renatinho não é gay. Ser assassino não tem mal nenhum, ser gay é que sim. Em Cantanhede, reza-se hoje uma missa a favor de… Renato Seabra. Não me enganei, é mesmo uma missa a favor de Renato Seabra.
Vamos por partes. Que é assassino não parecem restar dúvidas. Ele próprio já terá assumido o crime. É grave e merece um castigo exemplar, sejam quais forem as circunstâncias. Que é gay, ou pelo menos bissexual, também parece não haver dúvidas – o que não tem mal nenhum, a não ser para a família e para o próprio. Que é prostituto, está visto no verdadeiro objectivo que norteou a sua relação com Carlos Castro.
Foram dois os verdadeiros problemas de Renato Seabra. Primeiro, ter a cabeça cheia de preconceitos acerca da homossexualidade. A Igreja Católica, que frequentou durante muitos anos como acólito, encheu-lhe a cabeça com essa noção do pecado. Em seguida, não ter percebido – ou não ter querido perceber – que subiria na carreira com a ajuda de Carlos Castro, sim, mas mediante um pagamento. Não há almoços grátis. Aceitou seguir para Nova Iorque e dormir na mesma cama do cronista como se de um ser angélico se tratasse, como se nada soubesse sobre o que vinha a seguir.
E o que vinha a seguir todos sabemos e ele também soube. Quando começou a levar no cu, não gostou. E todos os demónios que lhe foram inculcados pela família e pela Igreja Católica, ao longo dos anos, falaram mais alto. E ao matar Carlos Castro, torturando-o durante uma longa hora, Renato esconjurou o mal, acabou com o pecado, ó tempo volta para trás. «Já não sou homossexual», terá dito à Polícia.
Infelizmente para Renato Seabra, os prisioneiros de uma qualquer prisão do Estado de Nova Iorque não serão da mesma opinião. Mas aí, o jovem de Cantanhede já não vai poder usar um saca-rolhas…
in aventar.eu de Ricardo Santos Pinto
Vamos por partes. Que é assassino não parecem restar dúvidas. Ele próprio já terá assumido o crime. É grave e merece um castigo exemplar, sejam quais forem as circunstâncias. Que é gay, ou pelo menos bissexual, também parece não haver dúvidas – o que não tem mal nenhum, a não ser para a família e para o próprio. Que é prostituto, está visto no verdadeiro objectivo que norteou a sua relação com Carlos Castro.
Foram dois os verdadeiros problemas de Renato Seabra. Primeiro, ter a cabeça cheia de preconceitos acerca da homossexualidade. A Igreja Católica, que frequentou durante muitos anos como acólito, encheu-lhe a cabeça com essa noção do pecado. Em seguida, não ter percebido – ou não ter querido perceber – que subiria na carreira com a ajuda de Carlos Castro, sim, mas mediante um pagamento. Não há almoços grátis. Aceitou seguir para Nova Iorque e dormir na mesma cama do cronista como se de um ser angélico se tratasse, como se nada soubesse sobre o que vinha a seguir.
E o que vinha a seguir todos sabemos e ele também soube. Quando começou a levar no cu, não gostou. E todos os demónios que lhe foram inculcados pela família e pela Igreja Católica, ao longo dos anos, falaram mais alto. E ao matar Carlos Castro, torturando-o durante uma longa hora, Renato esconjurou o mal, acabou com o pecado, ó tempo volta para trás. «Já não sou homossexual», terá dito à Polícia.
Infelizmente para Renato Seabra, os prisioneiros de uma qualquer prisão do Estado de Nova Iorque não serão da mesma opinião. Mas aí, o jovem de Cantanhede já não vai poder usar um saca-rolhas…
in aventar.eu de Ricardo Santos Pinto
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